quarta-feira, 20 de abril de 2011

TREINAMENTO FÍSICO E CRESCIMENTO DE JOVENS (matéria publicada na Revista O2) Autor: MS Pacheco

Pressupõe-se que o exercício físico moderado estimule o crescimento, já o treinamento físico extenuante pode representar um estresse capaz de atenuá-lo. Esse efeito é mais resultante da intensidade e duração do treino, do que propriamente do tipo de exercício praticado.

Se por um lado existem dúvidas sobre a veracidade dos efeitos desses exercícios na estatura final do indivíduo, por outro lado, está claro que o exercício físico pode induzir aumentos significativos do hormônio de crescimento (GH) na circulação, evento detectado em crianças e adolescentes.



O GH tem efeitos biológicos diversos no decorrer da vida, conduzindo ao estímulo do crescimento somático durante a infância e adolescência; contribuindo de forma significativa no fornecimento energético, atuando no metabolismo dos carboidratos, das proteínas e das gorduras, além de agir sobre uma composição corporal saudável na vida adulta.

Uma das perspectivas será responder à seguinte questão: atividades esportivas estimulam o crescimento longitudinal dos ossos ou podem ocasionar prejuízo no crescimento de crianças e adolescentes?

Nos últimos anos, têm aumentado de forma significativa os questionamentos com relação aos efeitos adversos do treinamento físico em crianças e adolescentes. Contudo, pouco se conhece sobre a participação de crianças e adolescentes em esportes competitivos e as verdadeiras repercussões do treinamento a que são submetidos sobre o crescimento.

Em geral, muito se especula e poucos resultados são realmente conclusivos. Pesquisadores relataram e controlaram a intensidade do treinamento (sobrecarga, número de repetições, aspectos biomecânicos e o nível de dificuldade das habilidades) em várias modalidades esportivas apresentando resultados incongruentes, o que dificulta sobremaneira a compreensão da relação causa-efeito do treinamento sobre o crescimento.

Assim, tem sido sugerido que o máximo de treinamento físico semanal seja de aproximadamente 15 horas, quando se trabalha com pré-púberes e púberes, para evitar comprometimentos no crescimento. Pois a energia gasta execessivamente durante as tarefas de treinamento, farão falta para suprir os mecanismos biológicos de crescimento. Aparentemente, o tipo de esporte não gera restrições de sua prática por parte dos jovens, mas a intensidade dos esforços deve ser orientada com fundamentação no grau de treinabilidade já adquirida, nas dimensões corporais, no nível maturacional do jovem e, principalmente, no objetivo a ser alcançado.

A intenção é alertar para a escolha de uma atividade física adequada para a criança e o adolescente, como também o profissional habilitado que irá conduzir o treinamento, e controlar as cargas. Pais estimulem seus filhos a se exercitarem e a treinarem sim, pois não existe exercício físico proibido. Existem crianças e adolescentes com limitações e restrições, sendo assim treine com profissional habilitado e competente, seu corpo agradece hoje e agradecerá no futuro também!


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