sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Evidências de um novo músculo: Tensor do Vasto Intermédio (TVI)

The quadriceps femoris is traditionally described as a muscle group composed of the rectus femoris and the three vasti. However, clinical experience and investigations of anatomical specimens are not consistent with the textbook description. We have found a second tensor-like muscle between the vastus lateralis (VL) and the vastus intermedius (VI), hereafter named the tensor VI (TVI). The aim of this study was to clarify whether this intervening muscle was a variation of the VL or the VI, or a separate head of the extensor apparatus. Twenty-six cadaveric lower limbs were investigated. The architecture of the quadriceps femoris was examined with special attention to innervation and vascularization patterns. All muscle components were traced from origin to insertion and their affiliations were determined. A TVI was found in all dissections. It was supplied by independent muscular and vascular branches of the femoral nerve and lateral circumflex femoral artery. Further distally, the TVI combined with an aponeurosis merging separately into the quadriceps tendon and inserting on the medial aspect of the patella. Four morphological types of TVI were distinguished: Independent-type (11/26), VI-type (6/26), VL-type (5/26), and Common-type (4/26). This study demonstrated that the quadriceps femoris is architecturally different from previous descriptions: there is an additional muscle belly between the VI and VL, which cannot be clearly assigned to the former or the latter. Distal exposure shows that this muscle belly becomes its own aponeurosis, which continues distally as part of the quadriceps tendon. Clin. Anat. 29:256-263, 2016

sábado, 30 de agosto de 2014

Suporte científico

Recentemente o Triathlon está sendo atendido pelo Setor de Análise de Desempenho (SAD) do CIAA através de medidas bioquímicas e testes de potência muscular como indicadores do processo de recuperação e do aumento de desempenho dos atletas.


Voleibol Feminino do EC Pinheiros campeão


No início deste segundo semestre a equipe feminina adulta de Voleibol conquistou o título da Copa São Paulo de 2014. O Setor de Análise de Desempenho (SAD) do Centro Integrado de Apoio ao Atleta (CIAA) oferece suporte técnico-científico e sente-se honrado com esta conquista. 



Gifts from Sports

Vale sempre a pena lembrar e para isso nada melhor que bons presentes através de lembranças esportivas.

Serviços prestados em vários esportes, distintas confederações e comitês. Além de lembranças de amigos atletas e ex-atletas.


Jogos Olímpicos de Atlanta (1996).


Torneio Pré-Olímpico de Mar del Plata (2011).


Campeonato Sul-Americano de Rugby (2013).

Preparação para os Jogos Olímpicos de Londres (2012).

Campeonato Brasileiro de Natação Sênior e Júnior (2014).


Troféu Maria Lenk de Natação (2014).

Jogos Olímpicos de Londres (2012)

Superliga de Voleibol (2012).

Basquete Adulto Masculino PIN Sky (2014).

Olimpíadas de Londres (2012).

NBB5 Basquete PIN Sky (2014).

Seleção Adulta Masculina de Basquete (2012).

Seleção de Basquete dos EUA (2012).

Basquete do Grêmio Recreativo Barueri (2011). 

Natação do EC Pinheiros (2013).  

Seleção de Basquete dos EUA (2012). 






Ciência do Esporte


Centro Integrado de Apoio ao Atleta (CIAA) do Esporte Clube Pinheiros formado por uma equipe multidisciplinar com Educadores Físicos, Fisioterapeutas, Psicólogos, Médicos, Nutricionista e especialistas em Esporte de Alto Desempenho. 



O CIAA oferece suporte técnico e científico a diversas modalidades esportivas olímpicas, tais como: Atletismo, Basquetebol, Esgrima, Ginástica, Handebol, Judô, Levantamento Olímpico, Natação, Polo Aquático, Remo, Triathlon, Tênis e Voleibol.

UltraFit Consultoria Esportiva
"Fazendo de sua saúde um esporte!"




domingo, 18 de maio de 2014

Aumentando o conhecimento . . .

Recentemente a UltraFit® Consultoria Esportiva, representada pelo seu idealizador - o Prof. Marcelo Pacheco, integra um dos maiores clubes esportivos do continente. Através de sua participação como membro do Setor de Análise de Desempenho do Centro Integrado de Apoio ao Atleta do Esporte Clube Pinheiros (SP). Nada menos que o clube que mais "envia" atletas para as seleções nacionais em diversas modalidades esportivas, incluindo as pan-americanas e olímpicas. 






Dessa maneira se torna possível aumentar o conhecimento sobre o processo de organização, planejamento, controle e monitoramento do treinamento esportivo de alto nível competitivo. Através das avaliações e análise do desempenho que o departamento oferece, auxiliando as diversas comissões técnicas e suas respectivas equipes. 

Como profissional me mantenho em contato com muitas modalidades esportivas olímpicas, além da troca de experiências e informações com técnicos, preparadores físicos, psicólogas, nutricionistas, fisioterapeutas, médicos do esporte e os próprios atletas. 

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Copa Internacional de Clubes de Basquetebol 2013

A final da Copa Internacional de Clubes se aproxima, e será aqui em Barueri - sede da UltraFit Consultoria Esportiva, e estaremos lá para prestigiar este espetáculo esportivo.

 
 
 

 
Para todos que gostam de esporte de verdade: dias 4 e 6 de outubro no Ginásio José Corrêa na cidade de Barueri (SP), fica aqui o convite.

 
 
 
 
UltraFit Consultoria Esportiva
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segunda-feira, 27 de maio de 2013

Milagres ou evidências ?

Durante estes 15 anos de profissão na área de EF e Esporte já vi, ouvi e notei de tudo. Exercícios, métodos e prescrições baseadas em "crenças" (algo como fé de ignorantes) ou conversas de "papagaios de piratas" (contadores de histórias de outros contadores de histórias). Enfim, particularmente, eu delimito minha prática baseada em evidências cientificamente comprovadas. Permito aqui parafrasear um nobre professor Livre Docente da EEFE (USP):

"Exercícios não são bons ou maus! Cada exercício demanda um determinado esforço muscular e gera uma determinada sobrecarga. As necessidades e capacidades de nossos alunos também são específicas. Desta forma, não podemos beatificar ou demonizar os exercícios! Somente o professor pode determinar qual dos exercícios é mais adequado ao perfil do aluno. Para isto o professor precisa conhecer MUITO bem as ativações musculares e a sobrecarga mecânica típicas de cada exercício. Somente o bom professor sabe qual a melhor solução para o problema dos seus alunos! Exercícios não fazem milagres.
Bons professores fazem!"
 
 

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Alongamento: fazer ou não antes dos treinos?

Alongamento é uma das formas de treino para aumentar a elasticidade dos músculos esqueléticos, como também dos ligamentos e tendões, ou seja, podem colaborar para melhorar a flexibilidade e amplitude articular (ACSM, 2000). 


 
Porém, muitos estudos já evidenciaram alguns efeitos dessa prática realizada imediatamente antes de atividades esportivas e ou treino de força muscular, seja em praticantes regulares, recreacionais ou atletas. 

A maioria dos achados encontrados nestes trabalhos evidencia uma diminuição no desempenho motor subseqüente, pela queda da força e potência dos músculos alongados, ou seja, diminuição da capacidade de movimentos explosivos e de levantamento de pesos (VIEIRA et al, 2013). 


 
Muitos autores preconizam a realização de movimentos semelhantes aos que serão praticados na sessão de treino como forma de ativar a musculatura que será utilizada, seja através de movimentos balísticos (sem carga) e ou movimentos preparatórios (carga leve em máquinas ou com pesos livres). 

Também recomendam a prática de alongamento ou outros métodos de treino de flexibilidade (flexibilidade dinâmica, facilitação neuromuscular proprioceptiva ou FNP), em sessões exclusivas para tal objetivo ou praticá-las algumas horas após a sessão de treino, desde que a mesma não tenha sido realizada em alta intensidade ou grande volume. 




Leitura recomendada:

Vieira WHB, Nogueira JFS, Souza JC, Prestes J. O alongamento e o aquecimento interferem na resposta neuromuscular? Uma revisão da literatura. Rev. Bras. Ciência e Movimento 21 (1):         158-165, 2013.



Matéria recomendada:

Revista Veja. abril de 2013


 



sábado, 16 de março de 2013

Aniversário de 5 anos

Prezados (as) leitores (as).

Com bastante satisfação venho agradecer pelos 5 anos de existência desta empresa de consultoria esportiva. Lembro-me que, ainda na graduação o sonho apontava o inicio e as possibilidades. Desde então sempre procurei adquirir, compartilhar, pesquisar, estudar e aumentar o nível de conhecimento sobre educação física, esporte e desempenho esportivo. 
As dificuldades para concluir a graduação me ajudaram a fortalecer como profissional, pois foram 9 semestres de muitos obstáculos, mas cheguei e com louvor.
Alguns poucos anos depois retornei a mesma universidade (UFES) onde fui aluno, agora como docente do Departamento de Desportos e participando dos cursos de graduação e de pós-graduação, inclusive lecionando para colegas de turma e colegas que formaram-se muitos anos antes da minha entrada como aluno. Produzi dentro das minhas limitações na UFES, criei e liderei um grupo de estudos e pesquisa - o GEFE, organizei diversos eventos acadêmicos e esportivos (I Corrida de Rua de 10k, I Streetbasketball, II Festival de Atletismo Mirim - FAM e a I Jornada Cientifica de Estudos de Fisiologia do Esporte- JOCEFE). 
Durante a trajetória pelo lindo estado do ES trabalhei com o alto desempenho esportivo (futebol de campo, basquetebol e atletismo). Na Bahia colaborei com o curso de EF da extinta FACTEF e atual Faculdade Pitagoras de Teixeira de Freitas, como também coordenei uma grande academia na cidade. 
Nunca abandonei a minha formação acadêmica, retornei a SP e ingressei no programa de pós- graduação stricto sensu da EEFE da USP.
Com este retorno em 2008, oficialmente o sonho de 2001 na graduação, pode se tornar realidade através da abertura e registro da empresa ULTRAFIT Consultoria Esportiva.

De lá para cá colaborei com diversas empresas, clubes, organizações e instituições. 
Obrigado por estes 5 anos ! Eu gosto muito deste número, pois está presente muito fortemente em minha vida ! 

Abraços. 

Prof. MSc. Marcelo Pacheco
Proprietário da ULTRAFIT Consultoria Esportiva 


sábado, 16 de fevereiro de 2013

Mulher, sexo frágil ? Não, treinamento forte !

Ainda penso que seja necessário desmistificar a qualificação de sexo "frágil" dada ao gênero feminino. Pois até o presente momento nenhuma explicação ou evidência científica, seja de caráter sociológico, filosófico, antropológico ou mesmo fisiológico me deixou convencido.

Em pleno século XXI (e já se vão décadas em que a mulher assumiu papéis antes apenas exercidos pelo gênero masculino) e me refiro aqui não só ao mercado de trabalho mas também ao ambiente esportivo. Levando em consideração o início tardio da participação feminina em diversas modalidades esportivas, quando comparadas com os homens no curto espaço de tempo de prática esportiva, a evolução feminina supera a masculina.




À luz da razão, sabemos que o organismo feminino produz uma pequena quantidade de testosterona, porém a mesma não é liberada para cumprir a potente função anabólica (desenvolvimento/crescimento) como acontece no organismo masculino. Isso implica em algumas considerações importantes:
 
1) A força muscular absoluta é maior entre os homens treinados (HAKKINNEN et al., 2008);
 
2) A força muscular relativa é maior entre as mulheres treinadas (FLECK et al., 2009; KRAEMER et al., 2010). Sobretudo quando analisamos a força produzida pelos segmentos corporais inferiores (grupos musculares do quadril, coxas e pernas), ou seja, a força muscular relativa à quantidade de massa magra utilizada, será maior no grupo feminino treinado.

 

Utilizando como referência alguns dos principais objetivos do treinamento de força muscular, sobretudo os relacionados aos aspectos estéticos entre mulheres, temos por exemplo: aumento e fortalecimento dos glúteos, quadríceps, isquiotibiais e tríceps sural ou panturrilhas. Treinadores e professores deveriam utilizar isto como fator motivacional e inserir nos programas e métodos de treinamento os diversos tipos de agachamentos: hack machine, smith machine, livre, afundo e avanço (GUEDES, 2006). Ainda que algumas mulheres apresentem limitações (como por exemplo na coluna vertebral e músculos paravertebrais), o uso de uma fitball (bola suíça) pode ajudar em certos casos.
 
Em relação ao aspecto bioquímico do treinamento de força muscular, o hormônio do crescimento (GH) tem sua concentração aumentada através do treinamento especializado, tanto em homens como em mulheres (GOTO et al., 2005). Outras alterações foram evidencidas por alguns estudos com a participação feminina:
 
1)  o efeito do treinamento de força muscular sobre a expressão da miostatina (proteína controladora/inibidora do crescimento muscular) foi testada por biópsia do músculo vasto lateral as quais, foram realizadas medidas em repouso uma hora antes, uma hora depois e 48 horas após cinco sessões de 10 repetições no leg press. Tanto antes como após 21 semanas de treinamento de força supervisionado, em duas situações: indivíduos não treinados (pré-treino) e indivíduos treinados (pós-treino). No inicio dos treinamentos (indivíduos não treinados), as 3 biópsias examinadas não apresentaram nenhuma mudança no conteúdo de RNAm da miostatina, porém, posteriormente a 21 semanas de treino (indivíduos treinados), ocorreu uma diminuição no conteúdo de RNAm de miostatina após uma hora, e esta diminuição foi ainda maior após 48 horas do término da sessão de treino, sinalizando que o treinamento teve efeito e indicando que quanto menor expressão da proteína, maior será o crescimento muscular (HULMI et al., 2007).

 
2) Fatores anabólicos como IGF-4 e IGF-2 (fatores de crescimento semelhante a insulina) tiveram aumento após 16 semanas de treinamento em sujeitos não-treinados em força muscular, como também em sujeitos treinados (SILVA et al., 2008).
 
3) Também há evidências da diminuição da rigidez dos filamentos de titina (proteína com ação sobre a elasticidade muscular) após períodos de treinamento de força, principalmente com ênfase nas ações excêntricas (fase da contração muscular onde a RESISTÊNCIA é maior que a FORÇA produzida), ou seja, a fase do exercício conhecida popularmente como "fase negativa" onde o praticante produz alongamento da musculatura através do exercício (DURAND et al., 2003; BARROSO et al., 2010).
 
 
 
4) Mesmo durante os períodos pré-menstrual e menstrual, as mulheres que não apresentem dismenorréia ou cólica menstrual severa (dor pélvica que afeta cerca de 50% das mulheres em idade fértil), podem e deveriam se beneficiar do treinamento de força muscular. A grande diferença está relacionada com o equilíbrio entre volume e intensidade (principalmente) dos estímulos dos exercícios. Alguns trabalhos propõem uma certa diminuição da carga de treino, com a utlização de métodos que priorizem a resistência muscular ou mesmo a resistência aeróbia, que seriam capazes de reduzir a concentração de prostaglandinas. Trata-se de uma substância responsável pelo aumento da permeabilidade dos vasos sanguíneos na região pélvica e uterina, por consequência aumento da dor e sensibilidade na região; muitas mulheres a produzem em maior quantidade neste período do ciclo menstrual (LEITÃO et al., 2000; WRIGHT et al., 2003).

5) Alguns trabalhos evidenciaram alterações importantes nas concentrações hormonais (testosterona e cortisol) responsáveis pela modulação das respostas induzidas pelo treinamento (ganho de força e ganho de massa muscular - hipertrofia muscular). A utilização de métodos conhecidos como: múltiplas séries, ondulatório e drop set, promoveram um quadro favorável ao anabolismo protéico responsável pelo crescimento muscular (MARX et al., 2001; SMILIOS et al., 2003; UCHIDA et al., 2004).

Portanto MULHERES quando um homem classificá-la como pertencente ao sexo frágil, peça para ele repetir as suas diversas séries de exercícios para os glúteos, quadríceps, isquiotibiais e panturrilhas. E ainda ser mãe, esposa, noiva, namorada, amiga, exercer a função no trabalho, ser dona de casa e ainda cuidar dos que te chamam de frágil ! Se não fossem elas nós não estaríamos aqui caras !
 



Mas caros amigos HOMENS atenção e cuidado, pois como diz um renomado professor de Fisiologia do Exercício: "... com mulher de bigode, nem o diabo pode ... é muita testosterona! "


 
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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

26ª Semana de Estudos Científicos do GR Barueri

Recentemente colaboramos com a XXVI Semana de Estudos Científicos do Grêmio Recreativo Barueri (GRB) através de curso na área de treinamento esportivo. Previamente já participávamos em parceria com o Departamento de Alta Performance (DTAP) em convite do Prof. MSc. Luciano Mateus e do Prof. MSC. César Cavinato Cal Abad.



O tema central foi direcionado ao módulo de tópicos avançados através da palestra intitulada: "Periodização para modalidades esportivas coletivas: planejamento, controle e monitoramento do treinamento". Ela versou sobre as concepções de planejamento do treinamento (clássica de Matveev x contemporânea de Verkhoshansky), enfatizando os modelos elaborados em blocos aplicados em modalidades coletivas de quadra (basquetebol, futebol de salão, handebol e voleibol) e as diversas formas de controle de cargas (externa e interna) e monitoramento de treino.
 
 
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quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Menos tempo, mais resultado ?

Muitas dúvidas são geradas dentro de um programa de exercícios físicos, entre elas surgem algumas que acabam por se transformar em mitos. Realizar exercícios de baixa a moderada intensidade (<75% do VO2max) otimiza a oxidação de gorduras, ou seja, "queimo" mais calorias? Ou realizar exercícios mais vigorosos com intensidades mais elevadas (>75% do VO2max) e de duração mais curta, posso aumentar o gasto calórico e o condicionamento físico?
 
A seguir um quadro bastante esclarecedor a cerca dessas dúvidas rotineiras:

 
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Teste Escalonado Máximo: o que é isso ?

A avaliação do desempenho máximo torna-se importante através do conhecimento de medidas fisiológicas e mecânicas relacionadas a tarefa executada (corrida, ciclismo, remo, p.ex.). O teste de esforço progressivo máximo (TEPM) ou teste de esforço graduado (TEG), são muito utilizados em laboratórios de avaliação da performance, sobretudo em atletas. Em atividades onde o fornecimento de energia é prioritariamente realizado pelo metabolismo oxidativo (aeróbio), a identificação do consumo máximo de oxigênio (VO2máx), da intensidade associada ao VO2max (IVO2max), os limiares de lactato sanguíneo (LiLac), o limiar anaeróbio (LAn) e suas respectivas intensidades, são variáveis preditoras do desempenho de longa duração.
 
A literatura apresenta diversos protocolos para realização de TEPM, entre eles, estão os protocolos em rampa (V-slope) e os protocolos escalonados. Nos primeiros não há pausas para aumentos da intensidade da tarefa (velocidade e ou inclinação da esteira p.ex.); já nos escalonados existem uma pausa a cada novo incremento da intensidade (para coleta de amostra sanguínea p.ex.). Entre eles podem variar a velocidade inicial, o tipo de incremento e a duração dos estágios.
 
Muito conhecido e utilizado, o protocolo de Heck et al. (1985) onde a velocidade inicial pode variar de 8,0 a 12,0 km/h com incrementos de 1,2km/h a cada estágio de 3 minutos de duração, dependendo do nível de condicionamento do sujeito avaliado. Este protocolo é indicado para identificação dos limiares de lactato de concentração fixa (2,0 e 3,5 mM/L) que podem indicar pontos de transição metabólica, ou seja, limiar aeróbio (AeT) e limiar anaeróbio (AnT) importantes na prescrição das cargas de treinamento e recuperação dos esforços.
 
 
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terça-feira, 28 de agosto de 2012

Recursos ergogênicos e suplementação nutricional: desvendando alguns mitos e evitando confusões

SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS

De acordo com o Ministério da Saúde (portaria nº 32, publicada no D.O. de 1998), suplementos são somente vitaminas e ou minerais isolados ou combinados entre si, desde que não ultrapassem 100% da IDR (ingestão diária recomendada), sendo os valores acima dessa dosagem classificados como medicamentos. Os suplementos vitamínicos e ou minerais, são definidos como alimentos que servem para complementar a dieta diária de uma pessoa saudável, ou quando a alimentação seja insuficiente ou quando ela requer suplementação.


Produtos como albumina, aminoácidos, hipercalóricos, bebidas isotônicas e produtos à base de carboidratos como a maltodextrina, são considerados, de acordo com a portaria nº 222 publicada no D.O. de 1998, alimentos para praticantes de atividade física, uma categoria de produtos com finalidade específica. Pelas normas brasileiras estes produtos são divididos em 5 (cinco) categorias a seguir:

1) Repositores hidroeletrolíticos: são produtos de concentrações variadas de carboidratos e eletrólitos (cloreto e sódio), que podem ter a adição de vitaminas e ou minerais, com o objetivo de repor o líquido e sais minerais perdidos através da transpiração durante a prática de exercícios. São exemplos o Gatorade, Powerade e outros.

2) Repositores energéticos: são produtos que apresentam no mínimo 90% de carboidratos em sua composição, podendo ser acrescidos de vitaminas e minerais, cuja finalidade é de manter os níveis adequados de energia aos praticantes e ou atletas. São vendidos em barras, pó solúvel ou mesmo em gel em sachês.

3) Alimentos protéicos: são produtos com predominância de proteínas (superior a 50% do valor calórico), sendo que existe a obrigatoriedade de que, pelo menos 65% da proteína seja de alto valor biológico, ou seja, proteína completa (origem animal). Estes produtos podem conter carboidratos e gordura, desde que o somatório energético de ambos não ultrapasse a de proteínas. Alguns exemplos são o Whey Protein e o Iso Whey Protein.
 
4) Alimentos compensadores: são produtos que devem conter concentração variada de macronutrientes (proteínas, carboidratos e gorduras), visando à adequação destes nutrientes na dieta de praticantes de exercício físico.
 
5) Aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA): são produtos formulados a partir de concentrações variadas de aminoácidos de cadeia ramificada (valina, leucina e isoleucina) isolados ou combinados que devem constituir 70% dos nutrientes energéticos da formulação. Têm como objetivo de fornecimento energético e ou remodelação tecidual, sobretudo o muscular, em indivíduos que se exercitam. Podemos citar neste grupo o BCAA 1500, BCAA 2000 e o BCAA.


RECURSOS ERGOGÊNICOS
 
Tratam-se de substâncias lícitas utilizadas com a finalidade de aumento do desempenho (performance). A palavra tem origem grega, ou seja, ERGON que significa trabalho, e GENNAN com sinônimo de produzir. Também são classificados em 5 diferentes categorias, a seguir:
 
1) Nutricional;
2) Farmacológica;
3) Fisiológica;
4) Psicológica;
5) Biomecânica.
 
 
 
São exemplos de regursos ergogênicos lícitos: a creatina, o HMB (beta- hidroximetilbutirato), a glutamina, o CLA (ácido linoléico conjugado), a L-carnitina e a cafeína.
 
Mas cuidado, pois não existe a fórmula perfeita e muito menos mágica ou milagrosa, existe sim a recomendação de uma equilibrada combinação entre alimentação, exercício físico e descanso. E ela pode e deve ser orientada por pessoas habilitados e legalmente registrados em seus conselhos profissionais, ou seja, professores de Educação Física responsável pela elaboração, planejamento, execução e controle de programas de exercícios físicos e o Nutricionista responsável pela intervenção, manipulação, elaboração e acompanhamento das dietas alimentares.
 
Bom treino, ótima alimentação e merecido descanso a todos (as) !
 
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domingo, 11 de dezembro de 2011

Estratégia de corrida relacionada com variáveis de desempenho

           Na corrida de 5.000m, muitos são os fatores que interferem no desempenho dos atletas. Condições ambientais são variáveis de extrema importância e que podem limitar a realização de testes de campo em avaliações específicas com corredores, justificando que a maior parte dos estudos com esta população de atletas foi realizada em laboratório. Ergômetros como a esteira reproduzem as velocidades de corrida e permitem que os testes em laboratório se aproximem da especificidade de movimento do atleta, no entanto, existe ainda uma crescente necessidade pela busca de uma avaliação mais próxima da realidade da modalidade.

         A corrida de 5.000m é uma prova do atletismo em que a aptidão aeróbia é determinante do desempenho e, por isso, durante muito tempo, o consumo máximo de oxigênio (VO2máx) foi utilizado como variável padrão na avaliação de corredores. No entanto, diversos estudos têm demonstrado que, em atletas de alto nível de desempenho esportivo em modalidades de endurance, o VO2máx praticamente não sofre alterações no decorrer da temporada de treinamento (HASKVITZ, SEIP, WELTMAN, ROGOL & WELTMAN, 1992; OLIVEIRA, 2004). BILLAT (1996) com o objetivo de identificar a capacidade discriminadora e as mudanças nos diversos indicadores fisiológicos em períodos de treinamento e competição verificou que não ocorreram modificações nas variáveis máximas de forma a caracterizar progressos no estado de treinamento dos atletas. Portanto, a necessidade de utilização de outras variáveis indicadoras da condição física e do desempenho tornou-se crescente.
          Embora seja uma variável confiável para predição, em geral o VO2máx deve estar associado a outros marcadores de desempenho esportivo, como as seguintes variáveis submáximas: limiar anaeróbio (LAn), limiares de lactato (LL) e economia de corrida (EC) (SVEDAHL & MACINTOSH, 2003; DENADAI, ORTIZ & MELLO, 2004; FAUDE, KINDERMANN & MEYER, 2009; MCLAUGHLIN, HOWLEY, BASSET, THOMPSON & FITZHUGH, 2010). Neste sentido, têm-se estudado outras variáveis discriminadoras dos efeitos do treinamento aeróbio. Na corrida de 5.000m, alguns marcadores fisiológicos preditores de desempenho incluem a intensidade relativa à velocidade correspondente ao VO2máx (vVO2máx), o tempo de exaustão na vVO2máx (Tlim) e o LAn (SOUZA, VIEIRA, BALDI, GUGLIELMO, LUCAS & DENADAI, 2011).  
          DENADAI e GRECO (2005) identificaram que o exercício é realizado entre 85% e 95% do VO2máx entre atletas de elite nas provas de 5.000m. Para esta distância, embora os sujeitos possuam valores bem elevados de VO2máx, os níveis de correlação com este índice fisiológico são moderados (r = 0,60-0,70), sendo mais altos para a intensidade de exercício associada ao consumo máximo de oxigênio (IVO2máx) e o desempenho de 5.000m apresentando forte correlação (r = 0,80-0,90). Para essa distância, a capacidade aeróbia começa a ter um papel decisivo, apresentando elevadas correlações com o desempenho    (r > 0,90). Assim, para essa prova do atletismo deve-se buscar não só a melhora da IVO2máx, mas também a melhora dos índices associados à resposta de lactato ao exercício.




 A partir de alguns estudos, as velocidades correspondentes às concentrações de lactato sanguíneo tornaram-se comuns e muito usadas em avaliação, prescrição e verificação dos efeitos do treinamento aeróbio (HECK, MADER, HESS, MUCKE, MULLER & HOLLMANN, 1985; TANAKA, NAKAGAWA, HAZAMA, MATSURA, ASANO & ISEKI, 1985; JACOBS, 1986; FLEISCHMANN, 1993; OLIVEIRA, GAGLIARD & KISS, 1994; POMPEU, FLEGNER, SANTOS & GOMES, 1997; BISHOP, JENKINS, MCENIERY & CAREY, 2000; MARCELL, HAWKINS, TARPENNING, HYSLOP & WISWELL, 2003; PIRES, KISS & OLIVEIRA, 2006).
          Sabe-se que, a corrida de 5.000m possui duração superior a doze minutos, então a transferência de energia durante essa tarefa é realizada prioritariamente pelo sistema oxidativo (GASTIN, 2001). Além disso, acredita-se que, independente do nível de aptidão física dos indivíduos, a frequência cardíaca (FC) é a principal responsável pela elevação do débito cardíaco nas intensidades entre 60% e 70% do VO2máx (TANAKA, YOSHIMURA, SUMIDA, MITSUZONO, TANAKA & KINISH, 1986). Os resultados de alguns estudos apontaram para a possibilidade de utilização do monitoramento da FC para representar a demanda fisiológica em tarefas predominantemente aeróbias (ACHTEN & JEUKENDRUP, 2003).
          A observação de mudanças no padrão de velocidade durante a competição levou a um interesse na estratégia de ritmo (pacing) durante as competições atléticas e tornou-se uma importante ferramenta para a avaliação do desempenho de corredores (FOSTER, SCHRAGER, SNYDER & THOMPSON, 1994; TUCKER, 2009). TUCKER, LAMBERT e NOAKES (2006) analisaram as estratégias de corrida empregadas durante a quebra dos trinta e dois recordes mundiais no período entre 1922 e 2004, incluindo a corrida de 5.000m. Neste estudo os autores especularam que a ocorrência da arrancada final ou end spurt seria devido à manutenção de uma reserva armazenada durante a parte intermediária da corrida, e a estratégia de ritmo utilizada é regulada por um complexo sistema que equilibra a demanda fisiológica para um ótimo desempenho com a necessidade de manter a homeostase durante o exercício.
          A percepção subjetiva de esforço (PSE) apresentada por BORG (1982) também tem sido amplamente empregada no controle e na determinação indireta das intensidades de realização de tarefas cíclicas contínuas com predominância do metabolismo aeróbio (GARCIN, MILLE-HAMARD & BILLAT, 2004; SEILER & SJURSEN, 2004). A utilização da escala de esforço percebido (EP) está baseada na premissa de que os ajustes fisiológicos promovidos pelo estresse físico produzem sinais sensoriais aferentes que são capazes de alterar a percepção subjetiva de esforço. Evidências recentes têm sugerido que os ajustes de potência muscular e EP sofrem influência de um modelo de programação denominado teleantecipação (ALBERTUS, TUCKER, GIBSON, LAMBERT, HAMPSON & NOAKES, 2005).
          De acordo com LAMBERT, GIBSON e NOAKES (2005), a teleantecipação é resultante de complexas interações entre as respostas metabólicas, cognitivas e contextuais passadas e atuais, que determinam o ritmo a ser empregado em determinada tarefa, com o objetivo de evitar precocemente o desencadeamento dos processos fisiológicos responsáveis pela fadiga. Logo é provável que o desempenho de corredores não dependa apenas do potencial metabólico, mas, sobretudo da elaboração da estratégia de corrida adotada, visando a maior eficácia (JONES & WHIPP, 2002).
          Recentemente, os resultados do estudo de KONING, FOSTER, BAKKUM, KLOPPENBURG, THIEL, JOSEPH, COHEN e PORCARI (2011), demonstraram a probabilidade da mudança nas velocidades de corrida analisadas em uma simulação competitiva, que parecem estar relacionadas a um índice denominado índice de risco (Hazard Score). Este modelo integra a PSE e o percentual da distância envolvida no evento. Isso sugere que a estratégia de ritmo (pacing) adotada pelos atletas regula o esforço durante a competição, existindo a possibilidade de estudos que correlacionem distúrbios homeostáticos com a PSE, isso poderia explicar como os atletas mudam o ritmo durante o curso temporal da corrida.
          ACEVEDO, KRAEMER, HALTOM e TRYNIECK (2003) revelaram em seu estudo uma tendência a existir uma forte associação entre a PSE com variáveis fisiológicas relacionadas aos limiares metabólicos, como a FC e as concentrações de lactato sanguíneo ([La]). A PSE já foi apresentada como uma opção alternativa para identificação de limiares de transição metabólica (HEZTLER, SEIP, BOUTCHER, PIERCE, SNEAD & WELTMAN, 1991; SEIP, SNEAD, PIERCE, STEIN & WELTMAN, 1991; HASKVITZ, SEIP, WELTMAN, ROGOL & WELTMAN, 1992), sendo utilizados testes em laboratório para este fim. A combinação entre FC e PSE foi demonstrada como ferramenta útil para determinar as cargas de esforço aplicadas em treinamento de corredores (THOMPSON & WEST, 1998), assim como a combinação entre as [La] e PSE (HETZLER, SEIP, BOUTCHER, PIERCE, SNEAD & WELTMAN, 1991; STEED, GAESSER & WELTMAN, 1994).
          NAKAMURA, MOREIRA e AOKI (2010) revisaram a utilização da PSE e atentaram para o fato de que na situação real da prática esportiva, os atletas fazem auto seleção do ritmo empregado e estão constantemente expostos a diferentes tipos de respostas internas e externas, permanecendo uma lacuna, pela necessidade de avaliação destas relações em testes de campo. Apesar do conhecimento de que a identificação dos limiares é protocolo-dependente (HECK, MADER, HESS, MUKE, MULLER & HOLLMANN, 1985), as relações entre as [La] com variáveis como FC e PSE parecem ser consistentes, independentemente do local das avaliações.


          Dessa forma, como outros métodos anteriormente estudados, espera-se que os valores de parâmetros fisiológicos (FC e LL), perceptivos (PSE) e mecânicos (velocidades de corrida) medidos em testes de desempenho para atletas, tenham relação com a análise da estratégia de ritmo (pacing), apresentando-se como método válido para avaliação de corredores.




segunda-feira, 26 de setembro de 2011

MARATONA, QUAL O LIMITE ?

O queniano  Patrick Makau estabeleceu um novo recorde mundial de maratona ao terminar a competição com um tempo de 2 horas, 3 minutos e 38 segundos, o que permitiu, além disso, que se proclamasse vencedor neste domingo da 38º edição da Maratona Anual de Berlim.

Makau, de 26 anos, melhorou em 21 segundos o recorde anterior (2h03:59), que pertencia ao etíope Haile Gebreselassie desde sua vitória na mesma maratona em 2008.



Qual será o limite do homem na modalidade de corrida mais conhecida do planeta? Particularmente acredito que veremos em breve algum atleta do leste africano correr abaixo de 2 horas, e não falo de décadas, estou falando de alguns anos.

Com a incrível economia de corrida que possuem, ótimo comprimento dos membros inferiores, sobretudo do tendão calcâneo e o imenso potencial metabólico de suas fibras musculares do tipo I e IIA, aliado ao grande avanço de seus treinamentos.


Em breve voltaremos a conversar caso se confirme tal feito atlético.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Test of the classic model for predicting endurance running performance.

Med Sci Sports Exerc. 2010 May;42(5):991-7.

Test of the classic model for predicting endurance running performance.

McLaughlin JE, Howley ET, Bassett DR Jr, Thompson DL, Fitzhugh EC.

Abstract

PURPOSE: To compare the classic physiological variables linked to endurance performance (VO2max, %VO2max at lactate threshold (LT), and running economy (RE) with peak treadmill velocity (PTV) as predictors of performance in a 16-km time trial.

METHODS: Seventeen healthy, well-trained distance runners (10 males and 7 females) underwent laboratory testing to determine maximal oxygen uptake (VO2max), RE, percentage of maximal oxygen uptake at the LT (%VO2max at LT), running velocity at LT, and PTV. Velocity at VO2max (vVO2max) was calculated from RE and VO2max. Three stepwise regression models were used to determine the best predictors (classic vs treadmill performance protocols) for the 16-km running time trial.

RESULTS: Simple Pearson correlations of the variables with 16-km performance showed vVO2max to have the highest correlation (r = -0.972) and %VO2max at the LT the lowest (r = 0.136). The correlation coefficients for LT, VO2max, and PTV were very similar in magnitude (r = -0.903 to r = -0.892). When VO2max, %VO2max at LT, RE, and PTV were entered into SPSS stepwise analysis, VO2max explained 81.3% of the total variance, and RE accounted for an additional 10.7%. vVO2max was shown to be the best predictor of the 16-km performance, accounting for 94.4% of the total variance. The measured velocity at VO2max (PTV) was highly correlated with the estimated velocity at vVO2max (r = 0.8867).

CONCLUSIONS: Among well-trained subjects heterogeneous in VO2max and running performance, vVO2max is the best predictor of running performance because it integrates both maximal aerobic power and the economy of running. The PTV is linked to the same physiological variables that determine vVO2max.


OBJETIVO: Comparar as variáveis ​​fisiológicas clássicas ligadas ao desempenho de resistência (VO2max, %VO2max no limiar de lactato (LL), economia de corrida (EC) e com o pico de velocidade da esteira (PVE) como preditores de desempenho em um simulado de 16 km.

MÉTODOS: Dezessete  corredores bem treinados (10 homens e 7 mulheres) foram submetidos a testes de laboratório para determinar o consumo máximo de oxigênio (VO2max), EC, o percentual de consumo máximo de oxigênio no limiar de lactato  (% VO2max no LL), velocidade de corrida no LL , e PVE. Velocidade no VO2max (vVO2max) foi calculad a partir de EC e VO2max. Três modelos de regressão foram usados ​​para determinar os melhores preditores (clássico vs protocolos desempenho em esteira) para o simulado de 16 km em execução.

RESULTADOS: correlações de Pearson entre as variáveis ​​de desempenho de 16 km mostrou vVO2max ter a maior correlação (r = -0,972) e VO2max% no LL o mais baixo (r = 0,136). Os coeficientes de correlação para a LL, VO2max e PVE foram muito semelhantes em magnitude             (r = -0,903 para r = -0,892). Quando VO2max, VO2max% no LL, EC, e PVE foram analisados em SPSS por análise stepwise, o VO2max explicou 81,3% da variância total, e a EC representou um 10,7% adicionais. A vVO2max mostrou ser o melhor preditor do desempenho de 16 km, representando 94,4% da variância total. A velocidade medida no VO2max (PVE) foi altamente correlacionada com a velocidade estimada em vVO2max (r = 0,8867).

CONCLUSÕES: Entre corredores bem treinados de uma amostra heterogênea em relação ao  VO2max e desempenho em corrida, a vVO2max é o melhor preditor de desempenho pois integra tanto potência aeróbia máxima e a economia de corrida. A PVE é ligada às mesmas variáveis ​​fisiológicas que determinam a vVO2max.

Med Sci Sports Exerc. 2011 Jan;43(1):190; author reply 191.

PMID:19997010[PubMed - indexed for MEDLINE]

domingo, 26 de junho de 2011

Terapia gênica, doping genético e esporte: fundamentação e implicações para o futuro

Revista Brasileira de Medicina do Esporte - Print version ISSN 1517-8692

Rev Bras Med Esporte vol.13 no.5 Niterói Sept./Oct. 2007

doi: 10.1590/S1517-86922007000500013

ARTIGO DE REVISÃO

Terapia gênica, doping genético e esporte: fundamentação e implicações para o futuro


Guilherme Giannini Artioli (I); Rosário Dominguez Crespo Hirata (II); Antonio Herbert Lancha Junior(I)

(I) Laboratório de Nutrição e Metabolismo Aplicados à Atividade Motora, Departamento de Biodinâmica do Movimento Humano, Escola de Educação Física e Esporte, Universidade de São Paulo, São Paulo (SP), Brasil

(II) Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas, Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade de São Paulo, São Paulo (SP), Brasil

RESUMO
A busca pelo desempenho ótimo tem sido uma constante no esporte de alto rendimento. Para tanto, muitos atletas acabam utilizando drogas e métodos ilícitos, os quais podem ter importantes efeitos adversos. A terapia gênica é uma modalidade terapêutica bastante recente na medicina, cujos resultados têm, até o momento, indicado sua eficácia no tratamento de diversas doenças graves. O princípio da terapia gênica consiste na transferência vetorial de materiais genéticos para células-alvo, com o objetivo de suprir os produtos de um gene estruturalmente anormal no genoma do paciente. Recentemente, o potencial para uso indevido da terapia gênica entre atletas tem despertado a atenção de cientistas e de órgãos reguladores de esporte. A transferência de genes que poderiam melhorar o desempenho esportivo por atletas saudáveis, método proibido em 2003, foi denominado de doping genético. Os genes candidatos mais importantes para doping genético são os que codificam para GH, IGF-1, bloqueadores da miostatina, VEGF, endorfinas e encefalinas, eritropoetina, leptina e PPAR-d. Uma vez inserido no genoma do atleta, o gene se expressaria gerando um produto endógeno capaz de melhorar o desempenho atlético. Assim, os métodos atuais de detecção de doping não são sensíveis a esse tipo de manipulação, o que poderia estimular seu uso indevido entre atletas. Além disso, a terapia gênica ainda apresenta problemas conhecidos de aplicação, como resposta inflamatória e falta de controle da ativação do gene. Em pessoas saudáveis, é provável que tais problemas sejam ainda mais importantes, já que haveria excesso do produto do gene transferido. Há também outros riscos ainda não conhecidos, específicos para cada tipo de gene. Em vista disso, debates sobre o doping genético devem ser iniciados no meio acadêmico e esportivo, para que sejam estudadas medidas de prevenção, controle e detecção do doping genético, evitando assim futuros problemas de uso indevido dessa promissora modalidade terapêutica.

Palavras-chave: Terapia gênica. Doping genético. Esporte.
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sábado, 25 de junho de 2011

O excesso de gostosura virou gordura (matéria da Revista Época - 12/03/2011)

Um novo índice criado para medir a obesidade pode substituir o tradicional IMC. Com ele, as mulheres de quadris largos estão na faixa de risco.


Homens e mulheres raramente entram em acordo quando o assunto é beleza feminina. Elas querem ser magras como Gisele Bündchen. Eles gostam de curvas, principalmente naquele trecho da anatomia que liga o tronco às pernas. Os homens, em especial os brasileiros, apreciam quadris benfeitos e volumosos, como os da morena Juliana Paes (99 centímetros antes da gravidez) ou os da loira Ellen Roche (98 centímetros). Mesmo opulências de 119 centímetros – como os da funkeira Andressa Soares, a Mulher Melancia – têm público fiel. Num país obcecado por bumbuns, é sempre melhor.
 


A medicina, porém, parece ter outra opinião sobre esse assunto. Ela quer tornar o tamanho dos quadris uma questão de saúde, mais que de beleza. Segundo uma nova definição de obesidade, proposta por um grupo de pesquisadores da Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos, as mulheres de cadeiras avantajadas passariam da categoria de moças com “excesso de gostosura” e entrariam no grupo das gordas, que podem vir a ter problemas de saúde relacionados à obesidade.


O novo método para medir a quantidade de gordura no corpo foi proposto pela equipe do fisiologista Richard Bergman e publicado na edição de março da revista científica Obesity, uma das mais importantes em seu ramo da medicina. Bergman sugere usar a estatura e a medida dos quadris para apontar quem está acima ou abaixo do peso ideal (leia o quadro abaixo). De acordo com seu Índice de Adiposidade Corporal (IAC), quanto maior a circunferência dos quadris, maior a chance de o indivíduo estar acima do peso. Ele propõe o IAC como substituto do conhecido Índice de Massa Corporal (IMC), que mede a obesidade com base no peso e na altura – e vem sendo usado há quase 200 anos.

 O IAC será capaz de mudar nosso conceito sobre a beleza das celebridades, aposentar o IMC ou afetar a forma como encaramos nossa própria saúde? Isso depende de a comunidade médica aderir ou não a ele. O novo índice tem vantagens e desvantagens em relação ao anterior – e, assim como qualquer novidade, tem aspectos controversos. “O IAC precisa provar que é melhor do que os outros índices que estão sendo usados”, diz Raul Dias dos Santos, cardiologista do Instituto do Coração de São Paulo (Incor). “Ele tem de demonstrar que funciona também em outras populações.” O estudo de Bergman foi feito apenas com afro-americanos e cidadãos de origem mexicana.


Desde já, porém, o IAC é considerado um avanço importante na definição de novos indicadores de obesidade. O parâmetro usado hoje em dia, o IMC, foi inventado em 1832 pelo cientista belga Adolphe Quetelet, professor de matemática e astronomia. Ele era um apaixonado por estatísticas. Ao longo da vida, procurou fórmulas para explicar padrões em tudo, até no comportamento humano. Num dado momento, usou sua habilidade com os números para tentar responder a uma pergunta que o perturbava desde a juventude: qual era o peso ideal de uma pessoa? Quando jovem, ele fora um atento observador da anatomia humana, pois queria reproduzir o corpo com perfeição em suas pinturas e esculturas.

O índice proposto por Quetelet foi reavaliado em 1972 pelo cientista americano Ancel Keys, que o apontou como o mais simples e eficaz para medir a gordura corporal. Depois disso se popularizou e converteu-se na fórmula oficial para determinar quem entra e quem sai do regime. Um de seus apelos é a facilidade do diagnóstico: basta dividir o peso pelo quadrado da altura e localizar o resultado numa escala (leia o quadro abaixo).

Essa mesma simplicidade, porém, torna os resultados do IMC imprecisos. Não há na fórmula nenhuma medida que dê pistas sobre a quantidade e a localização da gordura no corpo. Por isso, o IMC não faz distinção entre músculos e gordura. Uma pessoa forte e, por isso, pesada pode ser considerada obesa. Quem observa o corpo do lutador de vale-tudo Vitor Belfort, de 33 anos, não acha que está diante de um gordinho. Mas é isso o que diz o IMC dele: 28 indica sobrepeso. “O IMC é uma medida grosseira. Não o usamos para nada”, diz Belfort. Ele afirma que nunca precisou se preocupar com excesso de peso. “Antes de começar a treinar eu era magro”, diz. Hoje, come de tudo (inclusive panqueca, bacon e hambúrguer). Diz que bebe 7 litros de água por dia e queima a energia extra na rotina de treinos e lutas.


O IAC é um parâmetro mais acurado. Atualmente, os médicos se baseiam no IMC para determinar quais obesos podem ser submetidos à cirurgia de redução de estômago. Nos Estados Unidos, pessoas com IMC acima de 30 podem ser operadas. No Brasil, o limite é IMC a partir de 35. Mas o índice não captura a realidade de algumas pessoas. Apesar de ter grande quantidade de gordura corporal, esses pacientes não podem ser operados porque a equação entre altura e peso não “enxerga” sua obesidade – e faz com que fiquem fora dos limites recomendados pelos médicos para cirurgia. “Isso ajuda a explicar por que alguns pacientes com IMC normal apresentam anormalidades associadas à obesidade, como hipertensão ou triglicéride elevado”, diz o endocrinologista Walmir Coutinho, presidente eleito da Associação Internacional para o Estudo da Obesidade.

O novo índice parece mais preciso porque, ao usar a circunferência do quadril, leva em conta a propensão para acumular gordura. “É uma medida indireta para inferirmos a quantidade total de gordura no corpo”, diz Bergman, criador do IAC. O pesquisador percebeu que os quadris eram o melhor lugar para medir a gordura geral do corpo ao submeter mais de 2 mil voluntários a exames de avaliação da composição corporal – uma técnica que usa feixes de raios X para medir a porcentagem de ossos, músculos e gordura.


A localização da gordura é uma informação importante para prever o surgimento de doenças cardiovasculares. Algumas pessoas têm maior tendência para acumular gordura na barriga (o chamado corpo “maçã”). Outras, nos quadris (o chamado corpo “pera”). Em cada uma dessas regiões, as células de gordura se comportam de maneira diferente, o que aumenta ou diminui os riscos do aparecimento de doenças cardiovasculares. Os pesquisadores ainda não sabem explicar por que a localização da gordura determina seus efeitos sobre o organismo. Um estudo publicado na revista Nature Genetics no ano passado demonstrou que 14 regiões do genoma ajudam a determinar o padrão de acúmulo de gordura no corpo. E esses mesmos pedaços de DNA também estão ligados à regulação do colesterol e de outros tipos de gordura no sangue.

Um dos tipos mais perigosos de gordura é a visceral, que fica depositada entre os órgãos do abdome. As pessoas que têm esse tipo de gordura apresentam a chamada “barriga de cerveja”, embora nem sempre ela seja provocada pelo abuso de bebidas alcoólicas. “Sabemos que não é apenas um depósito de material inerte”, diz Cuno Uiterwaal, pesquisador da Universidade Utrecht, na Holanda. “As células de gordura dessa região são ativas. Liberam substâncias que contribuem para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.”

A gordura periférica, aquela que atormenta as mulheres porque se acumula nos culotes, é considerada menos perigosa. Nessa região, as células adiposas teriam menos influência sobre o organismo. Um ponto cientificamente controverso do novo índice é que ele se baseia nessa gordura aparentemente inerte. Bergman, seu criador, disse a ÉPOCA que o objetivo do IAC não é captar o risco cardíaco representado pela gordura visceral. “Minha preocupação foi criar um bom parâmetro para estimar a totalidade da gordura corporal”, afirma. Os danos da obesidade não se limitam a doenças cardiovasculares. E o IAC, por dispensar o peso, pode ajudar a detectar a obesidade em regiões carentes, onde não há balanças. O debate médico está apenas começando. O novo índice pode se mostrar eficiente para detectar excesso de gordura no corpo, mas não para medir o risco de doenças cardiovasculares”, diz Coutinho. “Nada substitui a aferição da pressão, os exames de sangue que medem o colesterol bom e o ruim e o nível de outros tipos de gordura no sangue”, afirma Raul Dias dos Santos, do Incor. O futuro do IAC vai depender, também, de tornar-se tão popular quanto o IMC entre os que lutam contra a balança.