sábado, 16 de fevereiro de 2013

Mulher, sexo frágil ? Não, treinamento forte !

Ainda penso que seja necessário desmistificar a qualificação de sexo "frágil" dada ao gênero feminino. Pois até o presente momento nenhuma explicação ou evidência científica, seja de caráter sociológico, filosófico, antropológico ou mesmo fisiológico me deixou convencido.

Em pleno século XXI (e já se vão décadas em que a mulher assumiu papéis antes apenas exercidos pelo gênero masculino) e me refiro aqui não só ao mercado de trabalho mas também ao ambiente esportivo. Levando em consideração o início tardio da participação feminina em diversas modalidades esportivas, quando comparadas com os homens no curto espaço de tempo de prática esportiva, a evolução feminina supera a masculina.




À luz da razão, sabemos que o organismo feminino produz uma pequena quantidade de testosterona, porém a mesma não é liberada para cumprir a potente função anabólica (desenvolvimento/crescimento) como acontece no organismo masculino. Isso implica em algumas considerações importantes:
 
1) A força muscular absoluta é maior entre os homens treinados (HAKKINNEN et al., 2008);
 
2) A força muscular relativa é maior entre as mulheres treinadas (FLECK et al., 2009; KRAEMER et al., 2010). Sobretudo quando analisamos a força produzida pelos segmentos corporais inferiores (grupos musculares do quadril, coxas e pernas), ou seja, a força muscular relativa à quantidade de massa magra utilizada, será maior no grupo feminino treinado.

 

Utilizando como referência alguns dos principais objetivos do treinamento de força muscular, sobretudo os relacionados aos aspectos estéticos entre mulheres, temos por exemplo: aumento e fortalecimento dos glúteos, quadríceps, isquiotibiais e tríceps sural ou panturrilhas. Treinadores e professores deveriam utilizar isto como fator motivacional e inserir nos programas e métodos de treinamento os diversos tipos de agachamentos: hack machine, smith machine, livre, afundo e avanço (GUEDES, 2006). Ainda que algumas mulheres apresentem limitações (como por exemplo na coluna vertebral e músculos paravertebrais), o uso de uma fitball (bola suíça) pode ajudar em certos casos.
 
Em relação ao aspecto bioquímico do treinamento de força muscular, o hormônio do crescimento (GH) tem sua concentração aumentada através do treinamento especializado, tanto em homens como em mulheres (GOTO et al., 2005). Outras alterações foram evidencidas por alguns estudos com a participação feminina:
 
1)  o efeito do treinamento de força muscular sobre a expressão da miostatina (proteína controladora/inibidora do crescimento muscular) foi testada por biópsia do músculo vasto lateral as quais, foram realizadas medidas em repouso uma hora antes, uma hora depois e 48 horas após cinco sessões de 10 repetições no leg press. Tanto antes como após 21 semanas de treinamento de força supervisionado, em duas situações: indivíduos não treinados (pré-treino) e indivíduos treinados (pós-treino). No inicio dos treinamentos (indivíduos não treinados), as 3 biópsias examinadas não apresentaram nenhuma mudança no conteúdo de RNAm da miostatina, porém, posteriormente a 21 semanas de treino (indivíduos treinados), ocorreu uma diminuição no conteúdo de RNAm de miostatina após uma hora, e esta diminuição foi ainda maior após 48 horas do término da sessão de treino, sinalizando que o treinamento teve efeito e indicando que quanto menor expressão da proteína, maior será o crescimento muscular (HULMI et al., 2007).

 
2) Fatores anabólicos como IGF-4 e IGF-2 (fatores de crescimento semelhante a insulina) tiveram aumento após 16 semanas de treinamento em sujeitos não-treinados em força muscular, como também em sujeitos treinados (SILVA et al., 2008).
 
3) Também há evidências da diminuição da rigidez dos filamentos de titina (proteína com ação sobre a elasticidade muscular) após períodos de treinamento de força, principalmente com ênfase nas ações excêntricas (fase da contração muscular onde a RESISTÊNCIA é maior que a FORÇA produzida), ou seja, a fase do exercício conhecida popularmente como "fase negativa" onde o praticante produz alongamento da musculatura através do exercício (DURAND et al., 2003; BARROSO et al., 2010).
 
 
 
4) Mesmo durante os períodos pré-menstrual e menstrual, as mulheres que não apresentem dismenorréia ou cólica menstrual severa (dor pélvica que afeta cerca de 50% das mulheres em idade fértil), podem e deveriam se beneficiar do treinamento de força muscular. A grande diferença está relacionada com o equilíbrio entre volume e intensidade (principalmente) dos estímulos dos exercícios. Alguns trabalhos propõem uma certa diminuição da carga de treino, com a utlização de métodos que priorizem a resistência muscular ou mesmo a resistência aeróbia, que seriam capazes de reduzir a concentração de prostaglandinas. Trata-se de uma substância responsável pelo aumento da permeabilidade dos vasos sanguíneos na região pélvica e uterina, por consequência aumento da dor e sensibilidade na região; muitas mulheres a produzem em maior quantidade neste período do ciclo menstrual (LEITÃO et al., 2000; WRIGHT et al., 2003).

5) Alguns trabalhos evidenciaram alterações importantes nas concentrações hormonais (testosterona e cortisol) responsáveis pela modulação das respostas induzidas pelo treinamento (ganho de força e ganho de massa muscular - hipertrofia muscular). A utilização de métodos conhecidos como: múltiplas séries, ondulatório e drop set, promoveram um quadro favorável ao anabolismo protéico responsável pelo crescimento muscular (MARX et al., 2001; SMILIOS et al., 2003; UCHIDA et al., 2004).

Portanto MULHERES quando um homem classificá-la como pertencente ao sexo frágil, peça para ele repetir as suas diversas séries de exercícios para os glúteos, quadríceps, isquiotibiais e panturrilhas. E ainda ser mãe, esposa, noiva, namorada, amiga, exercer a função no trabalho, ser dona de casa e ainda cuidar dos que te chamam de frágil ! Se não fossem elas nós não estaríamos aqui caras !
 



Mas caros amigos HOMENS atenção e cuidado, pois como diz um renomado professor de Fisiologia do Exercício: "... com mulher de bigode, nem o diabo pode ... é muita testosterona! "


 
ULTRAFIT® Consultoria Esportiva.
Fazendo de sua saúde um esporte !
 
 
 



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