domingo, 26 de junho de 2011

Terapia gênica, doping genético e esporte: fundamentação e implicações para o futuro

Revista Brasileira de Medicina do Esporte - Print version ISSN 1517-8692

Rev Bras Med Esporte vol.13 no.5 Niterói Sept./Oct. 2007

doi: 10.1590/S1517-86922007000500013

ARTIGO DE REVISÃO

Terapia gênica, doping genético e esporte: fundamentação e implicações para o futuro


Guilherme Giannini Artioli (I); Rosário Dominguez Crespo Hirata (II); Antonio Herbert Lancha Junior(I)

(I) Laboratório de Nutrição e Metabolismo Aplicados à Atividade Motora, Departamento de Biodinâmica do Movimento Humano, Escola de Educação Física e Esporte, Universidade de São Paulo, São Paulo (SP), Brasil

(II) Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas, Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade de São Paulo, São Paulo (SP), Brasil

RESUMO
A busca pelo desempenho ótimo tem sido uma constante no esporte de alto rendimento. Para tanto, muitos atletas acabam utilizando drogas e métodos ilícitos, os quais podem ter importantes efeitos adversos. A terapia gênica é uma modalidade terapêutica bastante recente na medicina, cujos resultados têm, até o momento, indicado sua eficácia no tratamento de diversas doenças graves. O princípio da terapia gênica consiste na transferência vetorial de materiais genéticos para células-alvo, com o objetivo de suprir os produtos de um gene estruturalmente anormal no genoma do paciente. Recentemente, o potencial para uso indevido da terapia gênica entre atletas tem despertado a atenção de cientistas e de órgãos reguladores de esporte. A transferência de genes que poderiam melhorar o desempenho esportivo por atletas saudáveis, método proibido em 2003, foi denominado de doping genético. Os genes candidatos mais importantes para doping genético são os que codificam para GH, IGF-1, bloqueadores da miostatina, VEGF, endorfinas e encefalinas, eritropoetina, leptina e PPAR-d. Uma vez inserido no genoma do atleta, o gene se expressaria gerando um produto endógeno capaz de melhorar o desempenho atlético. Assim, os métodos atuais de detecção de doping não são sensíveis a esse tipo de manipulação, o que poderia estimular seu uso indevido entre atletas. Além disso, a terapia gênica ainda apresenta problemas conhecidos de aplicação, como resposta inflamatória e falta de controle da ativação do gene. Em pessoas saudáveis, é provável que tais problemas sejam ainda mais importantes, já que haveria excesso do produto do gene transferido. Há também outros riscos ainda não conhecidos, específicos para cada tipo de gene. Em vista disso, debates sobre o doping genético devem ser iniciados no meio acadêmico e esportivo, para que sejam estudadas medidas de prevenção, controle e detecção do doping genético, evitando assim futuros problemas de uso indevido dessa promissora modalidade terapêutica.

Palavras-chave: Terapia gênica. Doping genético. Esporte.
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sábado, 25 de junho de 2011

O excesso de gostosura virou gordura (matéria da Revista Época - 12/03/2011)

Um novo índice criado para medir a obesidade pode substituir o tradicional IMC. Com ele, as mulheres de quadris largos estão na faixa de risco.


Homens e mulheres raramente entram em acordo quando o assunto é beleza feminina. Elas querem ser magras como Gisele Bündchen. Eles gostam de curvas, principalmente naquele trecho da anatomia que liga o tronco às pernas. Os homens, em especial os brasileiros, apreciam quadris benfeitos e volumosos, como os da morena Juliana Paes (99 centímetros antes da gravidez) ou os da loira Ellen Roche (98 centímetros). Mesmo opulências de 119 centímetros – como os da funkeira Andressa Soares, a Mulher Melancia – têm público fiel. Num país obcecado por bumbuns, é sempre melhor.
 


A medicina, porém, parece ter outra opinião sobre esse assunto. Ela quer tornar o tamanho dos quadris uma questão de saúde, mais que de beleza. Segundo uma nova definição de obesidade, proposta por um grupo de pesquisadores da Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos, as mulheres de cadeiras avantajadas passariam da categoria de moças com “excesso de gostosura” e entrariam no grupo das gordas, que podem vir a ter problemas de saúde relacionados à obesidade.


O novo método para medir a quantidade de gordura no corpo foi proposto pela equipe do fisiologista Richard Bergman e publicado na edição de março da revista científica Obesity, uma das mais importantes em seu ramo da medicina. Bergman sugere usar a estatura e a medida dos quadris para apontar quem está acima ou abaixo do peso ideal (leia o quadro abaixo). De acordo com seu Índice de Adiposidade Corporal (IAC), quanto maior a circunferência dos quadris, maior a chance de o indivíduo estar acima do peso. Ele propõe o IAC como substituto do conhecido Índice de Massa Corporal (IMC), que mede a obesidade com base no peso e na altura – e vem sendo usado há quase 200 anos.

 O IAC será capaz de mudar nosso conceito sobre a beleza das celebridades, aposentar o IMC ou afetar a forma como encaramos nossa própria saúde? Isso depende de a comunidade médica aderir ou não a ele. O novo índice tem vantagens e desvantagens em relação ao anterior – e, assim como qualquer novidade, tem aspectos controversos. “O IAC precisa provar que é melhor do que os outros índices que estão sendo usados”, diz Raul Dias dos Santos, cardiologista do Instituto do Coração de São Paulo (Incor). “Ele tem de demonstrar que funciona também em outras populações.” O estudo de Bergman foi feito apenas com afro-americanos e cidadãos de origem mexicana.


Desde já, porém, o IAC é considerado um avanço importante na definição de novos indicadores de obesidade. O parâmetro usado hoje em dia, o IMC, foi inventado em 1832 pelo cientista belga Adolphe Quetelet, professor de matemática e astronomia. Ele era um apaixonado por estatísticas. Ao longo da vida, procurou fórmulas para explicar padrões em tudo, até no comportamento humano. Num dado momento, usou sua habilidade com os números para tentar responder a uma pergunta que o perturbava desde a juventude: qual era o peso ideal de uma pessoa? Quando jovem, ele fora um atento observador da anatomia humana, pois queria reproduzir o corpo com perfeição em suas pinturas e esculturas.

O índice proposto por Quetelet foi reavaliado em 1972 pelo cientista americano Ancel Keys, que o apontou como o mais simples e eficaz para medir a gordura corporal. Depois disso se popularizou e converteu-se na fórmula oficial para determinar quem entra e quem sai do regime. Um de seus apelos é a facilidade do diagnóstico: basta dividir o peso pelo quadrado da altura e localizar o resultado numa escala (leia o quadro abaixo).

Essa mesma simplicidade, porém, torna os resultados do IMC imprecisos. Não há na fórmula nenhuma medida que dê pistas sobre a quantidade e a localização da gordura no corpo. Por isso, o IMC não faz distinção entre músculos e gordura. Uma pessoa forte e, por isso, pesada pode ser considerada obesa. Quem observa o corpo do lutador de vale-tudo Vitor Belfort, de 33 anos, não acha que está diante de um gordinho. Mas é isso o que diz o IMC dele: 28 indica sobrepeso. “O IMC é uma medida grosseira. Não o usamos para nada”, diz Belfort. Ele afirma que nunca precisou se preocupar com excesso de peso. “Antes de começar a treinar eu era magro”, diz. Hoje, come de tudo (inclusive panqueca, bacon e hambúrguer). Diz que bebe 7 litros de água por dia e queima a energia extra na rotina de treinos e lutas.


O IAC é um parâmetro mais acurado. Atualmente, os médicos se baseiam no IMC para determinar quais obesos podem ser submetidos à cirurgia de redução de estômago. Nos Estados Unidos, pessoas com IMC acima de 30 podem ser operadas. No Brasil, o limite é IMC a partir de 35. Mas o índice não captura a realidade de algumas pessoas. Apesar de ter grande quantidade de gordura corporal, esses pacientes não podem ser operados porque a equação entre altura e peso não “enxerga” sua obesidade – e faz com que fiquem fora dos limites recomendados pelos médicos para cirurgia. “Isso ajuda a explicar por que alguns pacientes com IMC normal apresentam anormalidades associadas à obesidade, como hipertensão ou triglicéride elevado”, diz o endocrinologista Walmir Coutinho, presidente eleito da Associação Internacional para o Estudo da Obesidade.

O novo índice parece mais preciso porque, ao usar a circunferência do quadril, leva em conta a propensão para acumular gordura. “É uma medida indireta para inferirmos a quantidade total de gordura no corpo”, diz Bergman, criador do IAC. O pesquisador percebeu que os quadris eram o melhor lugar para medir a gordura geral do corpo ao submeter mais de 2 mil voluntários a exames de avaliação da composição corporal – uma técnica que usa feixes de raios X para medir a porcentagem de ossos, músculos e gordura.


A localização da gordura é uma informação importante para prever o surgimento de doenças cardiovasculares. Algumas pessoas têm maior tendência para acumular gordura na barriga (o chamado corpo “maçã”). Outras, nos quadris (o chamado corpo “pera”). Em cada uma dessas regiões, as células de gordura se comportam de maneira diferente, o que aumenta ou diminui os riscos do aparecimento de doenças cardiovasculares. Os pesquisadores ainda não sabem explicar por que a localização da gordura determina seus efeitos sobre o organismo. Um estudo publicado na revista Nature Genetics no ano passado demonstrou que 14 regiões do genoma ajudam a determinar o padrão de acúmulo de gordura no corpo. E esses mesmos pedaços de DNA também estão ligados à regulação do colesterol e de outros tipos de gordura no sangue.

Um dos tipos mais perigosos de gordura é a visceral, que fica depositada entre os órgãos do abdome. As pessoas que têm esse tipo de gordura apresentam a chamada “barriga de cerveja”, embora nem sempre ela seja provocada pelo abuso de bebidas alcoólicas. “Sabemos que não é apenas um depósito de material inerte”, diz Cuno Uiterwaal, pesquisador da Universidade Utrecht, na Holanda. “As células de gordura dessa região são ativas. Liberam substâncias que contribuem para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.”

A gordura periférica, aquela que atormenta as mulheres porque se acumula nos culotes, é considerada menos perigosa. Nessa região, as células adiposas teriam menos influência sobre o organismo. Um ponto cientificamente controverso do novo índice é que ele se baseia nessa gordura aparentemente inerte. Bergman, seu criador, disse a ÉPOCA que o objetivo do IAC não é captar o risco cardíaco representado pela gordura visceral. “Minha preocupação foi criar um bom parâmetro para estimar a totalidade da gordura corporal”, afirma. Os danos da obesidade não se limitam a doenças cardiovasculares. E o IAC, por dispensar o peso, pode ajudar a detectar a obesidade em regiões carentes, onde não há balanças. O debate médico está apenas começando. O novo índice pode se mostrar eficiente para detectar excesso de gordura no corpo, mas não para medir o risco de doenças cardiovasculares”, diz Coutinho. “Nada substitui a aferição da pressão, os exames de sangue que medem o colesterol bom e o ruim e o nível de outros tipos de gordura no sangue”, afirma Raul Dias dos Santos, do Incor. O futuro do IAC vai depender, também, de tornar-se tão popular quanto o IMC entre os que lutam contra a balança.






quinta-feira, 23 de junho de 2011

Effect of performance level on pacing strategy during a 10-km running race.

Effect of performance level on pacing strategy during a 10-km running race.

Lima-Silva AE, Bertuzzi RC, Pires FO, Barros RV, Gagliardi JF, Hammond J, Kiss MA, Bishop DJ.

SourceSports Science Research Group, Federal University of Alagoas, Alagoas, Brazil.



Abstract

The aim of this study was to examine the influence of the performance level of athletes on pacing strategy during a simulated 10-km running race, and the relationship between physiological variables and pacing strategy. Twenty-four male runners performed an incremental exercise test on a treadmill, three 6-min bouts of running at 9, 12 and 15 km h(-1), and a self-paced, 10-km running performance trial; at least 48 h separated each test. Based on 10-km running performance, subjects were divided into terziles, with the lower terzile designated the low-performing (LP) and the upper terzile designated the high-performing (HP) group. For the HP group, the velocity peaked at 18.8 +/- 1.4 km h(-1) in the first 400 m and was higher than the average race velocity (P < 0.05). The velocity then decreased gradually until 2,000 m (P < 0.05), remaining constant until 9,600 m, when it increased again (P < 0.05). The LP group ran the first 400 m at a significantly lower velocity than the HP group (15.6 +/- 1.6 km h(-1); P > 0.05) and this initial velocity was not different from LP average racing velocity (14.5 +/- 0.7 km h(-1)). The velocity then decreased non-significantly until 9,600 m (P > 0.05), followed by an increase at the end (P < 0.05). The peak treadmill running velocity (PV), running economy (RE), lactate threshold (LT) and net blood lactate accumulation at 15 km h(-1) were significantly correlated with the start, middle, last and average velocities during the 10-km race. These results demonstrate that high and low performance runners adopt different pacing strategies during a 10-km race. Furthermore, it appears that important determinants of the chosen pacing strategy include PV, LT and RE.


Resumo

O objetivo deste estudo foi examinar a influência do nível de desempenho de atletas na estratégia de corrida (pacing) durante uma prova de 10-km em simulados de corrida, a relação entre variáveis ​​fisiológicas e a estratégia de estimulação. Vinte e quatro atletas do sexo masculino realizaram testes de exercício incremental em uma esteira, com velocidades auto-selecionáveis de 9, 12 e 15 km/h para o desempenho de 10-km, pelo menos 48 h separaram cada teste. Com base no desempenho os indivíduos foram divididos em grupos, com o menor desempenho designado de baixo desempenho (LP) e o superior designado alto desempenho (HP). Para o grupo HP, a velocidade atingiu o pico de 18,8 + / - 1,4 km/h nos primeiros 400 m e foi maior do que a velocidade média (P <0,05). A velocidade, em seguida, diminuiu gradualmente até 2000 m (P <0,05), permanecendo constante até 9.600 m, quando voltou a aumentar (P <0,05). O grupo LP executou os primeiros 400 m com uma velocidade significativamente menor do que o grupo HP (15,6 + / - 1,6 km/h (P> 0,05) e esta velocidade inicial não foi diferente da velocidade média (14,5 + / - 0,7 km/h). A velocidade diminuiu em seguida  de forma significativa até 9600 m (P> 0,05), seguido por um aumento no final (P <0,05). O pico de velocidade na esteira (PV), economia de corrida (EC), limiar de lactato (LL) e acúmulo de lactato no sangue na velocidade de 15 km/h foram significativamente correlacionados com o início, meio e média das velocidades, durante o 10-km. Estes resultados demonstram que os corredores de alta performance (HP) e baixa (LP) adotam diferentes estratégias de ritmo durante uma corrida de 10 km. Além disso, parece que os principais determinantes da estratégia de ritmo escolhidos incluem PV, LL e EC.







PMID:20012450[PubMed - indexed for MEDLINE]

Calcaneus length determines running economy: implications for endurance running performance in modern humans and Neandertals.

J Hum Evol. 2011 Mar;60(3):299-308. Epub 2011 Jan 26.


Calcaneus length determines running economy: implications for endurance running performance in modern humans and Neandertals.

Raichlen DA, Armstrong H, Lieberman DE.

SourceSchool of Anthropology, University of Arizona, Tucson, AZ 85721, USA. raichlen@email.arizona.edu



Abstract

The endurance running (ER) hypothesis suggests that distance running played an important role in the evolution of the genus Homo. Most researchers have focused on ER performance in modern humans, or on reconstructing ER performance in Homo erectus, however, few studies have examined ER capabilities in other members of the genus Homo. Here, we examine skeletal correlates of ER performance in modern humans in order to evaluate the energetics of running in Neandertals and early Homo sapiens. Recent research suggests that running economy (the energy cost of running at a given speed) is strongly related to the length of the Achilles tendon moment arm. Shorter moment arms allow for greater storage and release of elastic strain energy, reducing energy costs. Here, we show that a skeletal correlate of Achilles tendon moment arm length, the length of the calcaneal tuber, does not correlate with walking economy, but correlates significantly with running economy and explains a high proportion of the variance (80%) in cost between individuals. Neandertals had relatively longer calcaneal tubers than modern humans, which would have increased their energy costs of running. Calcaneal tuber lengths in early H. sapiens do not significantly differ from those of extant modern humans, suggesting Neandertal ER economy was reduced relative to contemporaneous anatomically modern humans. Endurance running is generally thought to be beneficial for gaining access to meat in hot environments, where hominins could have used pursuit hunting to run prey taxa into hyperthermia. We hypothesize that ER performance may have been reduced in Neandertals because they lived in cold climates.

Resumo


A economia de corrida (EC) sugere que o desempenho de longa distância teve um papel importante na evolução do gênero Homo. A maioria dos pesquisadores se concentraram na EC nos humanos modernos, ou na reconstrução do desempenho em Homo erectus, no entanto, poucos estudos examinaram capacidades de EC em outros membros do gênero Homo. Aqui, nós examinamos a correlação entre desempenho e EC de humanos modernos, a fim de avaliar a capacidade energética de correr em neandertais e Homo sapiens. Pesquisas recentes sugerem que a economia de corrida (o custo de energia ou VO2 para correr a uma determinada velocidade) está fortemente relacionada com o comprimento do tendão calcâneo. O momento de braços de força mais curtos permitem maior armazenamento e liberação de energia por deformação elástica, reduzindo custos de energia. Aqui, nós mostramos que um esqueleto correlaciona-se com o comprimento do braço de força do tendão, o comprimento do tubérculo do calcâneo, não se correlaciona com a economia de movimento, mas se correlaciona significantemente com a economia de corrida e explica uma alta proporção da variância (80%) entre indivíduos. Neandertais tinha tubérculos relativamente mais longos do calcâneo que os humanos modernos, o que teria aumentado os seus custos de energia para correr. Comprimentos do tubérculo calcâneo em H. sapiens primitivos, não são significantemente diferentes dos humanos modernos, sugerindo que a economia de corrida dos Neandertais foi reduzida em relação ao humanos contemporâneos e anatomicamente modernos. Corridas de longas distâncias são geralmente pensadas por serem benéficas e para o acesso à carne em ambientes quentes onde os hominídeos poderiam ter usado para executar a caça e perseguição desenvolvendo hipertermia. Nossa hipótese é que o desempenho e a EC podem ter sido reduzidas em homens neandertais porque viviam em climas frios.





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PMID:21269660[PubMed - indexed for MEDLINE]